Deportar para Guantánamo prova que desumanização é arma política de Trump

Reconhecida em todo o mundo,Caça-níqueis com jackpots,caça-níqueis ao vivobônus de caça-níqueis,Jogos de cassino online,melhores caça-níqueis online,Caça-níqueis com pagamento alto,rpg.bet, a Estátua da Liberdade impressiona por sua hipocrisia, ancorada numa ilha. Como bem lembrado por tantos que por ali passaram,casino online, ela não está propriamente em território americano. Não foi convidada ou seu cinismo não chegava a tanto para entrar?

Em sua base,slots online populares, uma frase de um soneto de Emma Lazarus faz parte da mitologia do "país dos imigrantes":

"Dê-me seus cansados, seus pobres,
Suas massas amontoadas ansiando por respirar livremente,
O miserável refugo de sua costa fervilhante"


Apesar de estar posicionada por onde passavam os barcos com aqueles que buscavam uma nova vida nos EUA, a estátua jamais foi pensada como um símbolo da imigração. Mas o poema a redefiniu.

Mas basta pisar em solo americano para descobrir que essa liberdade não condiz com a vida de milhões de pessoas,jogos de caça-níqueis grátis, incapazes hoje de ter,Slots eletrônicos,caça-níqueis,Caça-níqueis móveis, em suas mãos, a liberdade de escolher seus destinos.

A acolhida, logo se descobre,Caça-níqueis grátis, não depende apenas de como um ser humano chegou ao país. Mas quem são aquelas pessoas. Para uns, um museu sobre sua participação na construção de uma nação. Para outros, algemas.

Nos últimos dias, imagens de agentes entrando em casas, escolas e locais de trabalho em busca de imigrantes sem documento causaram calafrios e pânico entre os estrangeiros nos EUA.

Mas ninguém poderia imaginar que a ofensiva atingiria um novo patamar na última quinta-feira, quando Trump anunciou que a base de Guantánamo seria usada como centro de detenção para imigrantes.

Era, no fundo, o anúncio de uma pena de prisão perpétua num campo de concentração do século 21. Uma estrutura que é o símbolo da arbitrariedade, da tortura e da ausência do estado de direito.

Mas nada disso é exatamente novo nos EUA. Ao longo de sua história, o outro fez sempre parte da construção da identidade nacional. Em 1849, por exemplo, o American Party fez uma campanha contra a contratação de estrangeiros e até de católicos.

Em 1943, com milhões de soldados no front durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA não tiveram outra opção senão a de importar mexicanos. Trabalhariam, acima de tudo, no campo e na produção de alimentos. Eram os Braceros. Literalmente, eles eram os "braços" que um país precisava. Mas, em 1954, uma operação de larga escala começou para mandá-los de volta de onde vieram. 1 milhão de mexicanos seriam deportados naquele momento.

Nas últimas décadas, a transformação da narrativa foi marcada por dar uma conotação criminosa e de segurança nacional aos latinos. Em 1976, Leonard Chapman, membro da Comissão de Imigração, alertou que os EUA estavam sendo alvos de uma "invasão silenciosa".

No primeiro mandato de Trump, um levantamento realizado pelo jornal USA Today revelou que o presidente havia usado termos como "invasor" ou "assassino" pelo menos 500 vezes entre 2017 e 2019 ao se refere aos imigrantes em 64 comícios e eventos. O termo "animal" foi usado em 34 ocasiões.

Mais da metade ocorreu às vésperas das eleições legislativas de 2018, numa demonstração da instrumentalização do tema para fins políticos.

Naquele seu primeiro mandato, Trump viu o chefe de seu departamento de imigração sugerir que o soneto na Estátua da Liberdade deveria ser modificado. O novo texto proposto deveria dizer:

"Dê-me seus cansados e seus pobres
que podem se manter em pé
E que não se tornarão um peso público"


A proposta conseguiu ser vetada na Justiça.

Mas nada se compara ao que vivemos hoje. Na campanha eleitoral de 2024, ele não apenas demonizou o outro como retirou seu aspecto humano. Acusou-lhes de comer animais de estimação e, em cada comício para uma multidão alimentada pelo ódio, mostrava imagens em telões gigantes da violência de criminosos estrangeiros. Fez disseminar como poucos a xenofobia, que nada mais é que o medo do outro. Borrou a linha entre delinquentes e trabalhadores imigrantes.

Leis, muros, cidades, canções e poemas são erguidos com o cimento do medo. Mas populistas sabem que o medo é também um processo biológico que pode ser fundamental para o poder.

Uma espécie só vinga se ela desenvolve o medo, inclusive como arma de proteção. Ele anda de mãos dadas com a sobrevivência. Mas, como arma, esse medo tem o poder de uma bomba atômica numa sociedade.

Para esses populistas, o medo tem a capacidade de disseminar um sentimento de caos e, assim, legitimar ações. O medo abre o espaço político para o estabelecimento do outro.

Num era de incertezas profundas, o medo é moldado com critérios que satisfaça o poder e desenha o estrangeiro que será considerado como indesejado. De forma deliberada, instrumentaliza a inconsciência, propõe muros como supostas garantias racionais e promove uma confusão entre argumentos de segurança, valores, identidade, emprego e cultura.

Se o populismo de extrema direita precisa de um inimigo para se justificar, ele encontra no estrangeiro o ponto vulnerável e indefeso para promover uma manipulação das emoções.

Enjaulá-lo em Guantánamo - ou simplesmente ter isso como ameaça psíquica rondando as ruas de Boston, Chicago ou Nova York - é o símbolo de uma política de estado de desumanização do outro.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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